Novembro azul: conscientização e a importância do diagnóstico precoce
O câncer de próstata é o segundo câncer mais comum entre os homens, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Sua incidência é maior em países desenvolvidos e em estados com maior acesso a médicos e tecnologias diagnósticas. Isso está relacionado com a possibilidade de diagnósticos e melhora da qualidade de vida e dos sistemas de informação, no caso nacional. É um câncer que atinge boa parcela de idosos, sendo cerca de 75% dos casos mundiais ocorridos a partir dos 65 anos.
Os tumores relacionados ao câncer de próstata podem crescer rapidamente e se espalharem por outras partes do corpo, levando ao risco de morte. Mas se acalmem, a maioria dos tumores cresce de forma lenta, podendo não dar sinais durante a vida e até não ameaçar a saúde do homem. Entretanto, é sempre importante ir ao médico para realizar exames de rotina.
A próstata é uma glândula masculina localizada na parte baixa do abdômen. É um pequeno órgão, com formato de maçã, situado abaixo da bexiga e à frente do intestino reto. Essa glândula envolve parcela da uretra, a porção inicial desta. É a próstata que produz um líquido que compõe parte do sêmen, nutrindo e protegendo os espermatozoides
Quando surgiu o Novembro azul?
A campanha foi iniciada em 2003 na Austrália com a intenção de conscientizar sobre a prevenção e tratamento de doenças que atingem a população masculina, especificamente o câncer de próstata. O dia 17 de novembro, já era o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata, mas foi com essa campanha iniciada por dois amigos de Melbourne que o dia se popularizou.
A campanha chegou ao Brasil e, em novembro de 2004, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) passou a realizar ações de conscientização e esclarecimento dessa campanha pelo Brasil desse combate.
Unido ao Instituto Lado a Lado pela Vida, a Sociedade Brasileira de Urologia trouxe em 2008 a campanha internacional: Movember. A principal intenção da campanha era diminuir o preconceito quanto aos exames preventivos, incentivando o autocuidado masculino.
E o bigode?
O símbolo da campanha do Novembro Azul é o famoso mustache. Mas porquê?
Esse símbolo está ligado aos dois amigos que já foram comentados neste texto. Travis Garone e Luke Slattery, os dois amigos australianos decidiram deixar o bigode crescer durante novembro, quando decidiram realizar uma campanha de combate ao câncer de próstata, inspirados pela mãe de um outro amigo, que realizava campanhas similares voltadas para o câncer de mama.
A atitude dos dois rapazes contagiou seus colegas, e em novembro de 2003, aproximadamente 30 homens conhecidos deles deixaram o bigode crescer em prol da campanha.
Primeiramente surgiu a fundação: Movember Foundation, nome que mescla novembro e mustache, por conta dos bigodes. Com a propagação para outros países, outras variações surgiram, como o No-Shave November, que consistia em deixar a barba crescer durante novembro.
Sintomas e exames
Um dos grandes problemas do câncer de próstata é a falta de sintomas no início da doença. Quando aparecem, o câncer já está em estágio avançado.
A descoberta se dá pela realização de uma biópsia, indicada ou após alteração no exame de sangue (PSA) ou pelo toque retal em exame médico.
Os sintomas mais comuns são:
Sangue na urina;Dificuldade em urinar;Demora para começar ou terminar de urinar;Diminuição do jato de urina;Aumenta das idas ao banheiro durante o dia ou à noite.
Os homens que não apresentam sintomas também podem realizar exames de rotina, com intuito de prevenir um avanço da doença. Entretanto essa prática tem tanto benefícios quanto malefícios.
Benefícios: pode ajudar a identificar o câncer de próstata na fase inicial, o que ajuda ao tratamento e previne o avanço da doença;
Malefícios: possibilidade de um resultado que indica câncer, mesmo este não existindo, precisando realizar biópsia, causando estresse e ansiedade ao homem.
Tratar sem necessidade o que pode gerar impotência sexual e incontinência urinária.
Assim os malefícios estão relacionados às consequências dos resultados e não à realização do exame de rotina.
“O Ministério da Saúde, assim como a Organização Mundial da Saúde (OMS), não recomenda que se realize o rastreamento do câncer de próstata, ou seja, não é indicado que homens sem sinais ou sintomas façam exames. Procure conhecer os riscos e os benefícios que envolvem a realização desses exames de rotina e converse com um profissional de saúde da sua confiança para decidir se deseja ou não realizá-los”.
Entretanto é sempre indicado a consulta ao médico em caso de qualquer suspeita, sintoma ou dúvida, mesmo que não vá realizar um exame de próstata.
Prevenção
Assim como qualquer outro problema de saúde, a prevenção, além dos exames, é a adesão de hábitos saudáveis no seu dia a dia. Uma dieta rica em verduras, legumes, frutas, grãos e cereais integrais. Além disso, 30 minutos de atividade física diária, diminuir o consumo de álcool e não fumar contribuem para manter uma rotina saudável e prevenir o câncer de próstata, dentre outras doenças.
Tratamento
No caso deste câncer, existem diversas técnicas de tratamento que podem ser combinadas ou não. Cirurgia, radioterapia e tratamento hormonal, são exemplos destas. Se for localizado o tumor apenas na próstata, o tratamento pode envolver cirurgia oncológica, radioterapia e em alguns casos, observação vigilante.
Se ocorre metástase, o câncer se espalha para outras partes do corpo, a radioterapia pode ser unida junto ao tratamento hormonal.
A decisão dos tratamentos envolve o paciente e o médico, respeitando o caso individual, avaliando os riscos, benefícios e possíveis melhores resultados de cada um.
Para saber mais, confira o episódio completo que o Dr. Pedro Padovani, médico urologista, participou no nosso Podcast IstoÉ Bem-estar!
ISOTÉ