O governo decidiu adiar a prova do CPNU (Concurso Público Nacional Unificado), o chamado “Enem dos Concursos”, em razão das fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul. A aplicação estava marcada para o próximo domingo, 5, e ainda não há definição da nova data.
“Em razão da calamidade pública no Rio Grande do Sul, o Concurso Público Nacional Unificado será adiado em todo o país. A nova data será anunciada assim que houver condições climáticas e logísticas de aplicação da prova em todo o território nacional”, anunciou, em nota, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos
O temporal afetou 235 municípios gaúchos. São 23.598 desalojados, 74 pessoas feridas e outras 74 desaparecidas. Atualmente, há 7.949 cidadãos em abrigos. Até a tarde desta sexta, o número de mortos em virtude das chuvas estava em 37 pessoas.
Mais cedo, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, havia informado que o governo avaliava um possível adiamento das provas no Rio Grande do Sul. No estado, são 86 mil candidatos inscritos para fazerem a prova em dez cidades gaúchas.
O CPNU seria aplicado simultaneamente neste domingo em 228 cidades do país. Ao todo, mais de 2,1 milhões de candidatos se inscreveram para disputar 6.640 vagas em 21 órgãos federais.
O que vai acontecer com as provas e com os candidatos do concurso?
Na coletiva de imprensa, a ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, disse que o objetivo é aplicar a mesma prova, ou seja, com o mesmo conteúdo, na nova data. Os papéis já tinham sido encaminhados para 65% das cidades onde o concurso vai ser realizado. O governo prometeu coletar essas provas e mantê-las em locais seguros monitorados pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
O Ministério da Gestão gastou R$ 160 milhões com a contratação da Fundação Cesgranrio, banca que formulou e vai aplicar as provas. O custo deve aumentar com o adiamento da prova. A ministra, no entanto, disse que é impossível prever qual será o aumento de despesas nesse momento. De qualquer forma, o dinheiro vai sair do Orçamento da União.
Ainda será preciso verificar se todos os locais de prova estarão disponíveis em uma nova data, se as pessoas contratadas para dar apoio e fiscalizar o processo poderão trabalhar em outro dia e se realmente a prova aplicada será a mesma. Por essas razões, é impossível marcar a nova data neste momento para a realização do concurso, disse Esther.
O Ministério da Gestão, a Advocacia-Geral da União, a Defensoria Pública da União e a Procuradoria do Estado do Rio Grande do Sul assinaram um termo de acordo com o adiamento da prova.
ISTOÉ.