O Google, da big tech americana Alphabet, informou aos funcionários que não buscará mais formalmente melhorar a diversidade de sua força de trabalho, marcando o mais recente passo no recuo do Vale do Silício em relação a iniciativas que caíram em desuso durante a administração do presidente dos EUA, Donald Trump.
O Google disse que está revisando seus programas e que não terá mais “metas ambiciosas” relacionadas à representação, conforme indicado em uma nota aos funcionários nesta quarta-feira, e que foi vista pela Bloomberg. O Wall Street Journal havia noticiado anteriormente sobre a mudança.
“Estamos comprometidos em criar um ambiente de trabalho onde todos os nossos funcionários possam ter sucesso e ter oportunidades iguais, e ao longo do último ano, estivemos revisando nossos programas projetados para nos ajudar a chegar lá”, disse um porta-voz do Google em comunicado.
“Como contratante federal, nossas equipes também estão avaliando as mudanças necessárias após recentes decisões judiciais e ordens executivas sobre esse tema.”
A medida do Google foi tomada depois que Trump deixou claro que deseja erradicar a iniciativa diversidade, equidade e inclusão (DEI) das corporações e do serviço público federal. Ele pediu às agências governamentais que identificassem empresas e outras organizações que deveriam ser investigadas por práticas “ilegais de DEI”.
As empresas também estão revisando seus programas para se protegerem contra desafios legais, após a proibição de ações afirmativas nas admissões universitárias determinada pela Suprema Corte em 2023.
A Amazon.com, Meta e Walmart estão entre as empresas que recuaram em relação à DEI nos últimos meses, seguindo essa pressão. A Alphabet é uma das empresas que enfrentam uma proposta de acionista anti-DEI do estado de Oklahoma, que está tentando usar sua influência como investidor para acabar com a DEI na América corporativa.
A mudança tem sido particularmente notável no Vale do Silício, onde as empresas eram vistas como um bastião de ideais liberais. No início desta semana, o Google retirou uma passagem de seus princípios de inteligência artificial que prometia evitar o uso de IA em aplicações potencialmente prejudiciais, como armas, informou a Bloomberg.